terça-feira, 20 de setembro de 2011

Acordo Ortográfico

O Lyceu Online: Acordo Ortográfico: Open publication - Free publishing - More acordo

sábado, 26 de abril de 2008

DEIXIS

DEIXIS

quinta-feira, 17 de abril de 2008

quinta-feira, 10 de abril de 2008

terça-feira, 1 de abril de 2008

quinta-feira, 6 de março de 2008

Os Lusíadas em escolha múltipla


Nos grupos de questões que se seguem, escolha apenas a hipótese verdadeira para completar a frase:

1. Os Lusíadas são:

um romance.
uma peça de teatro.
um poema épico.
um ensaio sociológico.

2. No plano formal, existem n' Os Lusíadas:

dez cantos.
oito cantos.
cinco cantos.
onze cantos.

3. O herói d' Os Lusíadas é:

Vasco da Gama através do povo português.
Luís de Camões através de Vasco da Gama.
Vasco da Gama através de Luís de Camões.
o povo português através de Vasco da Gama.

4. As estrofes d' Os Lusíadas têm:

um número variado de versos.
sempre oito versos.
sempre dez versos.
umas vezes têm oito versos e outras dez.

5. Na "Proposição", Camões pretende:

contar os feitos heróicos dos portugueses.
dedicar a obra ao rei D.Sebastião.
invocar as ninfas.
narrar a batalha de Aljubarrota.

6. Na "Invocação", Camões pede inspiração.

às Tágides, ninfas gregas.
a Calíope, musa portuguesa.
às Tágides, ninfas do Tejo.
a Calíope, musa da Antiguidade Clássica.

7. N' Os Lusíadas, a "Narração" propriamente dita começa com:

a narração da história de Portugal.
a partida das naus da praia do Restelo.
o episódio do Adamastor.
a armada já em pleno Oceano Índico.

8. Para decidir sobre o futuro dos portugueses, os deuses reuniram-se:

no meio do oceano.
no Olimpo.
em Mombaça.
no Restelo.

9. No "Consílio dos Deuses":

Vénus defende os portugueses e Júpiter opõe-se.
Baco e Vénus defendem posições opostas.
Baco defende os portugueses e Júpiter opõe-se.
Júpiter preside à reunião e Baco tenta defender os portugueses.

10. Chegados a Melinde, o rei quer conhecer a História de Portugal que lhe é contada por:

Vasco da Gama.
Paulo da Gama.
Luís de Camões
D. Sebastião.

11. Na praia de Belém, alguém se destaca na multidão no momento da partida das naus:

uma mãe que chora pelo filho que parte.
uma noiva que receia que seu amado não volte.
um velho que começa a discursar.
uma criança que anda perdida.

12. O episódio do Adamastor representa:

um monstro que apareceu na passagem do cabo das tormentas.
o medo do desconhecido.
a fome sentida pelos marinheiros.
um monte intransponível.

13. Descoberta a Índia, os portugueses são recompensados pelos deuses:

governando o sítio que descobriram.
com a oferta de um grande jantar de recepção.
adquirindo o dom da imortalidade.
divertindo-se numa ilha maravilhosa.

Retirado de www.instituto-camoes.pt

Ficha de trabalho - Mensagem

Fernando Pessoa: "Mensagem" - Ficha de trabalho

Ficha de trabalho n.º
Disciplina: Língua Portuguesa
Tema – Os Lusíadas e Mensagem
Ano/turma:
Professor:
Data:

Fernando Pessoa: Mensagem

Leia atentamente o seguinte texto:

O Mostrengo

O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: "Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?"
E o homem do leme disse, tremendo:
"El-Rei D. João Segundo!"

"De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?"
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
"Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?"
E o homem do leme tremeu, e disse:
"El-Rei D. João Segundo!"

Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
"Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!"

Fernando Pessoa, Mensagem


Apresente, de forma estruturada, as suas respostas ao questionário:

1. Indique o assunto do poema.

2. Indique a relação que se estabelece entre as duas personagens do poema.

3. Faça o levantamento de expressões de movimento e retire conclusões dos dois seres que as protagonizam.

4. Que estados de espírito assolam o Mostrengo? Justifique.

5. O que representa o Mostrengo?

6. Caracterize psicologicamente o marinheiro, justificando.

Teste os seus conhecimentos

Os Lusíadas e Mensagem: "O dos Castelos"

"O dos Castelos"

A Europa jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.

O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se apoia o rosto.

Fita, com olhar esfíngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.

O rosto com que fita é Portugal.

Fernando Pessoa

Classifique as afirmações seguintes em verdadeiras (V) ou falsas (F):

1 - Este poema de Mensagem está inserido na segunda parte - BRASÃO - e, dentro desta, num primeiro momento - Os Campos.
A) V
B) F

2 - O campo é a parte interior do escudo que, no caso do brasão português, tem duas partes: a dos Castelos e a das Quinas. Daí o título do poema: "O [campo] dos Castelos".
A) V
B) F

3 - O outro poema que compõe este primeiro momento chama-se "O das Quinas".
A) V
B) F

4 - A Europa aparece personificada neste poema de Mensagem.
A) V
B) F

5 - A Europa aparece como uma figura feminina de "românticos cabelos" e "Olhos gregos" -"heranças" respectivamente do Norte (gregos) e do Sul (românticos); apoiando o rosto - que é Portugal - na mão direita, a Europa olha fixamente para Ocidente.
A) V
B) F

6 - O "olhar esfíngico e fatal" dá conta da atitude expectante e contemplativa, enigmática e misteriosa, com que o velho continente "Fita (...) O Ocidente" que representa a sua vocação histórica, o "futuro" que a Europa já desvendou no "passado" e que se apresenta, agora, como promessa de futuro.
A) V
B) F

7 - Podemos afirmar que a posição dos "cotovelos" evoca as raízes culturais da identidade europeia.
A) V
B) F

8 - A posição dos "cotovelos", estrategicamente colocados em Itália e Inglaterra, reitera a referência às raízes culturais da identidade europeia, o Norte e o Sul, a cultura romântica e a cultura grega.
A) V
B) F

9 - "Jazer" significa "estar deitado" mas também "estar morto ou como morto".
A) V
B) F

10 - Poderá entrever-se, no uso deste verbo, uma referência à necessidade de "despertar um continente adormecido" que será conduzido por Portugal na procura de um novo império espiritual.
A) V
B) F

11 - O último verso do poema evidencia o papel que o sujeito poético preconiza para Portugal: guiar a Espanha.
A) V
B) F

12 - A construção poética passa também pelo jogo no espaço e no tempo:
Oriente/Ocidente; Futuro/Passado.
17

Eis aqui se descobre a nobre Espanha,
Como cabeça ali de Europa toda,
(…)

20

Eis aqui, quase cume da cabeça
De Europa toda, o Reino Lusitano,
Onde a terra se acaba e o mar começa
E onde Febo repousa no Oceano.
Este quis o Céu justo que floreça
Nas armas contra o torpe Mauritano,
Deitando-o de si fora; e lá na ardente
África estar quieto o não consente.

21

Esta é a ditosa pátria minha amada,
À qual se o Céu me dá, que eu sem perigo
Torne, com esta empresa já acabada,
Acabe-se esta luz ali comigo.
(…)

Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto III, Porto Editora

A) V
B) F

13 - Os versos supra mencionados pertencem a Vasco da Gama que apresenta a Europa e Portugal ao rei de Melinde.
A) V
B) F

14 - Tal como no poema da Mensagem, Portugal é aqui apresentado como "cume da cabeça/De Europa toda".
A) V
B) F

15 - Neste excerto de Os Lusíadas o olhar para o passado é focalizado na vocação asiática de Portugal.
A) V
B) F

16 - Neste excerto faz-se referência à expulsão dos Mouros do seu próprio território e às campanhas africanas de D. João l, D. Duarte, D. Afonso V e D. João II que deram origem à ocupação de vários pontos do Norte de África.
A) V
B) F

17 - Em ambos os textos não há qualquer sentimento de patriotismo.
A) V
B) F

18 - No poema de Pessoa, salienta-se o nacionalismo profético da referência ao papel que cabe a Portugal na liderança da Europa.
A) V
B) F

19 - Nos versos de Camões é visível o confessado amor do narrador - Luís de Camões - pela "ditosa pátria" onde deseja morrer depois de ter levado a cabo a sua missão.
A) V
B) F

20 - O que os versos de Camões têm de misterioso os de Pessoa têm de afirmativo.
A) V
B) F

Teste os seus conhecimentos

Mensagem: uma abordagem geral

Escolha a opção correcta:
1 - “Mensagem” foi o único livro em português que Fernando Pessoa publicou em vida. Contém 44 poemas escritos:
A) entre 21 de Julho de 1813 e 16 de Março de 1834
B) entre 21 de Julho de 1913 e 16 de Março de 1934
C) entre 21 de Julho de 1813 e 16 de Março de 1934
D) entre 21 de Julho de 1950 e 16 de Março de 1974

2 - “Mensagem” representa, no universo poético pessoano, uma linha temática do nacionalismo, sebastianismo e uma linha estética simbolista.
A) verdadeiro
B) falso

3 - A obra “Mensagem” contém marcas simultaneamente épicas e líricas devido ao facto de Fernando Pessoa exprimir uma concepção trans-histórica e mítica sobre as diversas figuras que decorrem na obra, prefigurando o surgimento da pátria cultural portuguesa que constituiria o Quinto Império.
A) verdadeiro
B) falso

4 - Os 44 poemas que constituem a obra encontram-se agrupados em:
A) duas partes que correspondem às etapas da evolução do Império Português: nascimento e realização
B) quatro partes que correspondem às etapas da evolução do Império Português: nascimento, desenvolvimento, expansão e morte
C) três partes que correspondem às etapas da evolução do Império da Península Ibérica: nascimento, realização e morte
D) três partes que correspondem às etapas da evolução do Império Português: nascimento, realização e morte

5 - A estrutura tripartida da obra relaciona-se com a ideia de que as profecias se realizam três vezes, ainda que de forma diferente, em três tempos distintos.
A) verdadeiro
B) falso

6 - O assunto da “Mensagem” é:
A) os portugueses ou os eventos concretos
B) a essência de Portugal e a sua missão a cumprir

7 - Cada uma das partes da Mensagem começa com uma expressão latina, adequada à parte simbólica a que pertence. Fernando Pessoa inicia o poema com:
A) a expressão latina Benedictus Dominus Deus noster que dedit nobis signum (Bendito o Senhor Nosso Deus que nos deu o sinal), remetendo, de imediato, para o sentido simbólico e messiânico que o percorre
B) A expressão Bellum sine bello (Guerra sem guerra) a sugerir, pelo jogo dos oxímoros, que havia um espaço que tinha de ser conquistado pois fazia parte de um desígnio

8 - Na segunda parte, ocorre:
A) a expressão latina Possessio maris (Posse do mar), a traduzir o domínio dos mares e a expansão
B) a expressão latina Pax in excelsis (Pax nos céus), que marcará o Quinto Império

9 - A segunda parte inicia-se com o poema:
A) “Infante”, onde o poeta exprime a sua concepção messiânica da História, mostrando que o braço do herói é movido por Deus como causa primeira, o Homem como agente intermédio e a obra como efeito
B) “Mar Português” que procura simbolizar a essência do ideal de ser português vocacionado para o mar e para o sonho

10 - O poema termina com um Valete Frates (Felicidades, irmãos), acreditando no desígnio de um reino de fraternidade, graças ao:
A) Quarto Império, e assumindo um carácter de incentivo ("Força, irmãos") para a construção desse novo Portugal
B) Quinto Império, e assumindo um carácter de incentivo ("Força, irmãos") para a construção desse novo Portugal
C) Terceiro Império, e assumindo um carácter de incentivo ("Força, irmãos") para a construção desse novo Portugal

11 - A terceira e última parte:
A) “Mar Português” - encontra-se tripartida em “Os símbolos”, “Os avisos” e “Os tempos”
B) “Brasão” - encontra-se tripartida em “Os símbolos”, “Os avisos” e “Os tempos”
C) “Encoberto” - encontra-se tripartida em “Os símbolos”, “Os avisos” e “Os tempos”

12 - “Mensagem” recorre ao ocultismo para criar o herói, o Encoberto, que se apresenta como:
A) D. Sebastião
B) D. Afonso Henriques
C) D. Dinis
D) D. Miguel

13 - Como define o mito sebastianista?
A) crença popular no regresso, em manhã de nevoeiro, do rei D. Sebastião desaparecido na Batalha do Salado (1578), mas cujo corpo nunca chegou a ser identificado com segurança. A expectativa do Encoberto converte-se em mito, na esperança de melhores dias, de felicidade nacional, de justiça e de grandeza
B) crença popular no regresso, em manhã de nevoeiro, do rei D. Sebastião desaparecido em Alcácer Quibir (1578), mas cujo corpo nunca chegou a ser identificado com segurança. A expectativa do Encoberto converte-se em mito, na esperança de melhores dias, de felicidade nacional, de justiça e de grandeza
C) crença popular no regresso, em manhã de nevoeiro, do rei D. Sebastião desaparecido na Batalha do Sebastião (1578), mas cujo corpo nunca chegou a ser identificado com segurança. A expectativa do Encoberto converte-se em mito, na esperança de melhores dias, de felicidade nacional, de justiça e de grandeza

14 - Em cada uma das partes que concorrem para totalidade se podem encontrar figuras dominantes:
A) Nun' Álvares, o Infante, D. Sebastião II
B) Nun' Álvares, D. Filipe I, D. Sebastião
C) Nun' Álvares, o Infante, D. Sebastião
D) Nun' Álvares, D. Filipe II, D. Sebastião

15 - No poema “Padrão”, o símbolo cristão é utilizado com uma função polissémica:
A) a espada é, simultaneamente, o símbolo do cristianismo e da vontade insondável de Deus
B) a cruz é, simultaneamente, o símbolo do cristianismo e da vontade insondável de Deus
C) a rosa é, simultaneamente, o símbolo do cristianismo e da vontade insondável de Deus

16 - O poema “D. Dinis“ alude a um tempo futuro em relação ao rei que, contudo, o preparou, ao plantar a matéria-prima com que seriam feitas as naus dos navegadores portugueses, aquelas que permitiriam a conquista de um Império.
A) verdadeiro
B) falso

17 - Em que parte se situa o poema “D. Fernando, Infante de Portugal”?
A) na primeira parte
B) na segunda parte
C) na terceira parte

18 - O Mostrengo simboliza o mar, a sua faceta desconhecida, oculta, os perigos e o medo com que os portugueses se confrontam.
A) verdadeiro
B) falso

19 - Ao «padrão» (marco de pedra com emblemas simbólicos, que assinalava a posse de Portugal sobre as terras descobertas) é atribuída, no poema “O Padrão”, uma das seguintes funções:
A) assinalar a passagem de «Eu Diogo Cão» pelo «areal moreno», ou seja, o cumprimento da parte que lhe cabe na realização da «obra ousada»
B) testemunhar, pelas «espadas» gravadas no monumento, o domínio português do oceano

20 - A referência a Ulisses, figura mítica vinda do mar, simboliza o destino marítimo dos Portugueses.
A) verdadeiro
B) falso

Sobre Mensagem

Mensagem (1934)

Fernando Pessoa foi sempre movido pela consciência de ser o intermediário entre o divino e a humanidade e que uma missão, recebida, lhe cumpria desempenhar. Esta consciência move-o no seu percurso literário e culmina, amadurecida e trabalhada, na publicação, em 1934, da sua obra Mensagem. O seu patriotismo desde cedo se fez notar. Quando regressa a Portugal, a pátria abandonada durante cerca de 10 anos, a pátria onde o pai e as memórias da infância feliz ficaram sepultadas, depressa lhe surgem diversos projectos de índole patriótica, a realizar por intermédio da intervenção literária na vida portuguesa. Estes projectos manifestam-se logo com a sua adesão à Renascença Portuguesa e culminam com a reunião e conclusão dos poemas de Mensagem, publicada pouco antes da sua morte, obra que o poeta encara como fruto de uma missão patriótica e universalista. Nesta obra, cujos poemas foram escritos entre 1913 e 1934, está bem patente o seu ideal patrótico, sebastianista e messiânico e a crença na condução divina dos destinos da humanidade e da história: Deus quer, o homem sonha, a obra nasce (Parte I, O Infante). Em Mensagem, o cruzamento dos percursos espiritualistas, ocultistas e míticos de Fernando Pessoa reunem-se para a apresentação de um Portugal eleito por Deus, um Portugal decadente mas que deverá constituir-se novamente como um Império, desta vez do espírito e da cultura, ideia profética e mítica que o poeta desenvolve ainda no poema Quinto Império, onde também aí visiona o surgimento de Portugal como um Império (depois de Grécia, Roma, Cristandade e da Europa) não material,mas da cultura e do espírito. Para a regeneração de Portugal, para levantar o espírito da nação, Fernando Pessoa é consciente do papel da difusão dos grandes mitos. Parte, então, do mito de D.Sebatião, que, desaparecido no nevoeiro, tal como o Rei Artur, haveria de regressar para que Portugal se cumprisse de novo: Vem, Galaaz com patria, erguer de novo/...Mestre da Paz, ergue teu gládio ungido, /Excalibur do Fim, em grito tal/ Que sua luz ao mundo dividido/ Revele o Santo Graal.( Parte III - O Desejado). A obra estrutura-se em três partes: O Brasão, O Mar Português e O Encoberto.

Na primeira parte, Fernando Pessoa percorre, através de figuras da nossa história (Viriato, O Conde D.Henrique, D.Teresa, D. Afonso Henriques, D.Dinis, D.João I, D.Filipa de Lencastre, D.Duarte, D.Fernado, D.Pedro, D.João, Infante de Portugal, D.Sebastião, Nunalvares Pereira, O infante D.Henrique, D.João II e Afonso de Albuquerque), emissários e heróis ao serviço da vontade divina, a história de Portugal, a formação da nação portuguesa, sempre com a ideia de uma condução histórica que parte, não da vontade dos homens mas, dos desígnios divinos: Todo o começo é involuntário/ Deus é o agente / O herói a si assite, vario/ E inconsciente. (Parte I - O Conde D.Henrique)

Na segunda parte traça o percurso grandioso da epopeia épica dos portugueses, bem como a preço a pagar pela universalidade conquistada por este povo, entrevendo, desde já, a posssibilidade de regeneração deste país que entretanto se adormeçeu: Senhor, a noite veio e a alma é vil./ tanta foi a tormenta e a vontade! / Restam-nos hoje, no silêncio hostil, / O mar universal e a saudade / Mas a chama, que a vida em nós criou / Se ainda há vida ainda não é finda./ O frio morto em cinzas a ocultou./ A mão do vento pode ergue-la ainda (Parte II- Prece)

Na terceira parte afirma a possibilidade de uma regeneração de Portugal através da força do mito: É O que eu me sonhei que eterno dura, / É Esse que regressarei (Parte III, D.Sebastião). Consciente da decadência e estagnação do país, o poeta acredita na possibilidade de Portugal voltar a constituir-se como um Império: Tudo é incerto e derradeiro./ Tudo é disperso, nada é inteiro./ Ó Portugal, hoje és nevoeiro.../ É a Hora! (Parte III- Nevoeiro).

Em Mensagem manifesta-se igualmente o simbolismo esotérico a que Fernando Pessoa recorre em algumas das suas poesias.É o próprio poeta que a designa como um livro tão abundantemente embebido em simbolismo templário e rosacruciano (Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação, p.434). Desde logo, a estrutura tripartida
. da obra remete para o esoterismo, sendo, como é sabido, o número três um número carregado de simbolismo esotéricos. Não só a obra é dividida em três partes, como, por exemplo, a última parte (O Encoberto) é ela mesma estruturada segundo este esquema ternário (Os Symbolos, Os Avisos e Os tempos). As restantes subdivisões da obra correspondem igualmente a uma estrutura numerológica esotérica, através dos números 5, 7 e 12. A primeira parte da obra (O Brasão) é subdividida em 5 partes, e cada uma subdividida num daqueles números; a segunda parte (O Mar Português) é formada por 12 poemas e na terceira parte, cada uma das três subdivisões já mencionadas é, por seu turno, subdividida, respectivamente, em 5, 3 e 5 partes. Além da numerologia, vários símbolos esotéricos se fazem notar ainda na obra: a tradição esotérica dos Templários bem como o sombolismo rosa-cruciano. Fernando Pessoa concorreu em Outubro de 1934, com esta obra, ao prémio Antero de Quental, do Secretariado da Propaganda Nacional, destindado a premiar uma obra de índole nacionalista. O primeiro prémio foi atribuído a Vasco Reis, mas o júri, presidido por António Ferro, decidiu elevar a quantia atribuída ao segundo prémio. Esta obra, que é geralmente considerada como a expressão do nacionalismo português é lida como uma obra universalista, tal como quase toda a obra pessoana, por estudiosos de inúmeros países. O seu carácter universalista, que o próprio Fernando Pessoa lhe atribuia, não tardou, pois, a ser-lhe reconhecido.

sábado, 1 de março de 2008

Camões
Epopeia
O género épico, ou epopeia, remonta à antiguidade grega e latina, sendo os seus expoentes máximos Homero e Virgílio.
Trata-se de um género narrativo, em verso, destinado a celebrar feitos grandiosos de heróis fora do comum, reais ou lendários, em estilo elevado. Possui um fundamento histórico, embora não reproduza os acontecimentos com fidelidade, transform-os e apresenta-os como actos exemplares a servir de modelo às gerações vindouras. Consiste no relato das façanhas de um herói, ou de um povo, com interesse para esse povo e para a humanidade.
Sendo este um género narrativo, exige na sua estrutura (construção) a presença de uma acção, ou enredo, desempenhado por personagens, num determinado tempo e espaço.
O estilo é elevado e grandioso e o género possui uma estruturação própria, cujos principais aspectos são:

* a existência de uma proposição em que o autor apresenta a matéria do seu poema
* existência de uma invocação às Musas ou outras divindades e entidades míticas protectoras das artes
* uma dedicatória (facultativa)
* uma narração, in media res, isto é, em que a acção não é narrada pela ordem cronológica dos acontecimentos, mas se inicia já no decurso desses acontecimentos, sendo a parte inicial narrada posteriormente, num processo de rectrospectiva, ou "flash -back", ou analepse, pelo próprio herói
* inclusão de profecias
* presença da mitologia greco-latina, convivendo heróis mitológicos e heróis humanos


ESTRUTURA de OS LUSÍADAS

ESTRUTURA EXTERNA
Os Lusíadas dividem-se em 10 cantos ( uma espécie de capapítulo), consti-tuídos por um número variável de estâncias de 8 versos - oitavas -, tendo cada verso 10 sílabas métricas - se acentuados na 6ª e 10ª sílabas chamam-se versos decassílabos heróicos, se a acentuação for na 4ª, 8ª e 10ª sílabas sáficos. A rima é cruzada nos seis primeiros versos e empa-relhada nos dois últimos, apresentando oesquema rimático a b a b a b c c .


ESTRUTURA INTERNA
Tal como mas epopeias da Antiguidade Clássica, Os Lusíadas apresentam:

Proposição - canto I, estâncias 1 a 3 - o poeta define o objectivo do seu poema
Invocação - canto I, estâncias 4 e 5 - Camões pede inspiração às ninfas do Tejo- asTágides
Dedicatória - canto I, estâncias 6 a 18 - dedica o poema ao rei D. Sebastião ( esta parte é de carácter facultativo)
Narração - inicia-se no canto I, estância 19, e termina no fim do canto X - aqui o poeta canta os feitos heróicos/gloriosos dos portugueses, tendo como acção central a viagem de Vasco da Gama à Índia.


Tratando-se de uma narração, o poema apresenta as categorias próprias do género narrativo:
- acção
- personagens
- espaço
- tempo
- narrador


Para estudarmos estas categorias temos de ter em conta que existem quatro planos interpenetrados:
- plano da viagem
- plano dos deuses
- plano da História de Portugal
- plano do poeta


A nível da acção, o plano da viagem liga-se directamente ao plano dos deuses. A viagem de Vasco da Gama à Índia está condicionada pela oposi-
ção constante entre Vénus e Baco; estes dois planos constituem a unidade de acção.
O plano dos deuses também interfere no plano da história de Portugal, através da profetização de acontecimentos futuros; os acontecimentos passados resultam do plano da viagem, contados devido ao pedido do Rei de Melinde a Vasco da Gama (cantoIII-V) e do Catual a Paulo da Gama (cantoVIII).
Estes pedidos determinam a existência de vários narradores. Camões é o narrador principal. Vasco da Gama narra a história de Portugal e parte da viagem, Paulo da Gama refere a destacadas figuras da História.
Paralelamente a estes planos, coexiste um outro consagrado às consi-derações do poeta, geralmente em final de canto, onde Camões expressa os seus pensamentos sobre a ambição, a injustiça, o desprezo das letras dando conselhos ao próprio rei.
07 Aug 2005 by gloria

Ficha de trabalho sobre Os Lusíadas

FICHA DE TRABALHO

Por quantas partes é constituída a estrutura interna de Os Lusíadas? Quais são?

Que função desempenha a Proposição de Os Lusíadas?

Para Camões levar a cabo o seu projecto, impõe-se uma condição. Qual?

O poeta pede ajuda para elaborar a sua obra. A quem se dirige?

Como se designa esse momento da Epopeia?

Que estilo é que invoca? Com que objectivo?

Por que motivo Os Lusíadas são uma epopeia?

Quais as epopeias da Antiguidade que influenciaram Camões na feitura d’ Os Lusíadas?

Por que motivo Os Lusíadas se integram no movimento do Humanismo?

Na Proposição, Camões sobrepõe os portugueses a personagens/ heróis da Antiguidade. Identifica-os.

Com que objectivo o faz?

Um dos aspectos que nos impressionam n’ Os Lusíadas é a perfeição da sua estrutura externa.

Como classificas cada uma das estrofes quanto ao número de versos?

E cada verso quanto ao número de sílabas?

E quanto ao esquema rimático? Classifica os versos quanto à rima.

Ficha de trabalho elaborada por: Paula Cruz

Teste diagnóstico para Os Lusíadas

Nos grupos de questões que se seguem, escolhe apenas a hipótese verdadeira para completar a frase:

1. Os Lusíadas são:

um romance.

uma peça de teatro.
um poema épico.
um ensaio sociológico.

2. No plano formal, existem n’ Os Lusíadas:

dez cantos.

oito cantos.
cinco cantos.
onze cantos.

3. O herói d’ Os Lusíadas é:

Vasco da Gama através do povo português.

Luís de Camões através de Vasco da Gama.
Vasco da Gama através de Luís de Camões.
o povo português através de Vasco da Gama.

4. As estrofes d’ Os Lusíadas têm:

um número variado de versos.

sempre oito versos.
sempre dez versos.
umas vezes têm oito versos e outras dez.

5. Na Proposição, Camões pretende:

contar os feitos heróicos dos portugueses.

dedicar a obra ao rei D.Sebastião.
invocar as ninfas.
narrar a batalha de Aljubarrota.

6. Na Invocação, Camões pede inspiração.

às Tágides, ninfas gregas.

a Calíope, musa portuguesa.
às Tágides, ninfas do Tejo.
a Calíope, musa da Antiguidade Clássica.

7. N’ Os Lusíadas, a Narração propriamente dita começa com:

a narração da história de Portugal.

a partida das naus da praia do Restelo.
o episódio do Adamastor.
a armada já em pleno Oceano Índico.

8. Para decidir sobre o futuro dos portugueses, os deuses reuniram-se:

no meio do oceano.

no Olimpo.
em Mombaça.
no Restelo.

9. No Consílio dos Deuses:

Vénus defende os portugueses e Júpiter opõe-se.

Baco e Vénus defendem posições opostas.
Baco defende os portugueses e Júpiter opõe-se.
Júpiter preside à reunião e Baco tenta defender os portugueses.

10. Chegados a Melinde, o rei quer conhecer a História de Portugal que lhe é contada por:

Vasco da Gama.

Paulo da Gama.
Luís de Camões
D. Sebastião.

11. Na praia de Belém, alguém se destaca na multidão no momento da partida das naus:

uma mãe que chora pelo filho que parte.

uma noiva que receia que seu amado não volte.
um velho que começa a discursar.
uma criança que anda perdida.

12. O episódio do Adamastor representa:

um monstro que apareceu na passagem do cabo das tormentas.

o medo do desconhecido.
a fome sentida pelos marinheiros.
um monte intransponível.

13. Descoberta a Índia, os portugueses são recompensados pelos deuses:

governando o sítio que descobriram.

com a oferta de um grande jantar de recepção.
adquirindo o dom da imortalidade.
divertindo-se numa ilha maravilhosa.

Mensagem

http://www.paulacruz.com/bin/documentos/A___mensagem.doc

Obras de leitura integral - 12º ano

  • Felizmente há luar! Luís de Sttau Monteiro
  • O Memorial do Convento, de José Saramago

Só há ventos favoráveis para quem sabe para onde vai